terça-feira, 21 de setembro de 2010

A ESTRÉIA

Foto feita no dia 30/06/85 por Alex Fotos

Imagem: acervo pessoal de Adolf Schartner.

A ESTRÉIA

Em fim chegou o grande dia. Emprestar um caminhão para levar o carro até o autódromo não foi problema. A F 4000 do amigo Haroldo foi uma mão na roda. E num belo sábado de sol, 29 de junho de 1985, lá fomos nós, com o “Chiquinho” na boleia da F 4000, rumo ao autódromo Moacir Piovesan de São José dos Pinhais PR.
Um fato curioso aconteceu durante a travessia da cidade de São José dos Pinhais. Nós, meio que distraídos e conversando, de repente alguém gritou: “OLHA A LOMBADA”. E nisso o “Chiquinho afundou o pé no freio até onde deu. Mas já era tarde. O caminhãozinho deu um pulo e só parou depois da lombada.  E assim o Opala, que caprichei tanto na pintura, já chegou com a frente amassada no autódromo. Na freiada brusca os calços correram e o carro foi de encontro à parte frontal da carroceria da F 4000. Ainda bem que a carroceria agüentou a pancada.
Já no autódromo, estava na hora de fazer o motor roncar. Assim que foi liberada a pista para os treinos livres, lá estava o Horst, faceiro da vida, esquentando o motor e reconhecendo a pista. Depois de algumas voltas os tempos foram já foram baixando.
Na época treinos livres eram liberados para todas as categorias. Treinavam  Fuscas, Chevettes, Fusca-cross, Gol, Opalas, Dodgões, em fim tudo misturado. E não é que o Horst levou um corridão de um Fusca-cross  na reta principal?
Na volta seguinte ele entrou  no Box e disse que “se essa bosta não andar mais eu desisto”.
Ma se era só um cabo de vela caído. Com só 5 cilindros funcionando, não podia render mesmo.
Com o cabo engatado e mais uma ajeitada no carburador, na próxima volta ele já não conseguiu fazer a curva no final da reta. Passou reto e rodou, se não tinha feito um carreiro no meio do mato. Mais algumas voltas e de repente, ao passar pelo retão o motor veio fazendo um barulho muito estranho.
“Estourou a junta do cabeçote” alguém gritou.
Dito e feito. A junta já era. E pior, ao examinar o cabeçote o mecânico Ricardo Reka notou uma pequena rachadura entre os dutos de água, o que provocou o estouro da junta.
Bom o jeito era improvisar. Comprar uma junta nova, não foi difícil. O Segantini que preparava outros Opalas, tinha uma. O problema era o cabeçote.
O mecânico Reka então resolveu colar com Durepoxi. Isso mesmo com Durepoxi. E o troço agüentou. Se me contassem eu não acreditaria.
Mas com todo esse transtorno o treino de classificação já tinha terminado e assim largaria em último.
Mesmo largando do final do grid, conseguiu avançar até o 5º lugar .  Ai já quase no final da corrida, faltando umas 6 voltas, ele caiu para o 6º lugar. Quando passou na frente dos boxes parecia que o cockpit estava cheio de fumaça. O que teria acontecido?
Vocês precisavam ter visto o Horst na hora que ele desceu do carro após o termino da corrida. Parecia que tinha tomado um banho de talco. A cara, em fim o macacão que era azul escuro, tudo ficou branco.
 Com a trepidação quebrou o suporte do extintor de incêndio que estava fixado no assoalho do carro, no lugar onde ficava o banco dianteiro direito. E a cada feriada ele batia na parede corta-fogo e esguichava o pó branco pra tudo que é lado. Não sei como ele agüentou fazer 6 voltas daquele jeito. Conta ele que ficou dias cuspindo pó branco. Mas acho que era exagero da parte dele. Sei lá!
Mas o mais importante de tudo foi que voltamos com um troféu, mesmo pequeno, de 6º lugar, para casa.
ATE+

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Thiessen & Schartner Competições.

Após assistir uma corrida no autódromo Aldo Sabatke aqui em Palmeira, meu amigo Horst Thiessen me disse:
“ Vou comprar um troço desses”.
Primeiro pensou-se em por um Fusca na pista. Mas por um acaso, ao passar na frente do estabelecimento comercial de Wilson Sabatke, lá estava o Opala com o Nº 1 estampado nos capôs e nas laterais, com um cartaz escrito: VENDE-SE.  
Sinceramente não lembro mais o preço e nem a moeda(Cruzeiro, Cruzado, Cruzado Novo etc) vigente na época. Mas depois de acertado o preço, era preciso arrumar dinheiro. O jeito encontrado foi fazer um “papagaio” no Banco.
Já com o carro na minha Oficina, varias vezes trabalhando até altas horas da noite lixando e arrumando coisas aqui e lá, conseguimos  deixar ele mais apresentável. Escolhemos a cor azul escura para a base. Depois pintei as faixas, branca, amarela, e vermelha.
Mas o mais complicado foi a parte do motor. Como o carro foi comprado com o motor preparado para a categoria Força Livre, era preciso adapta-lo ao regulamento do campeonato paranaense. A solução foi falar com o preparador Rudi Rempel. Ele se prontificou a fazer a parte do motor e designou o competentíssimo mecânico Ricardo Reka a trabalhar na usina de força por que queríamos estrear o carro numa corrida beneficente no autódromo Moacir Piovesan em São José dos Pinhais.
Mas isso vou contar numa outra oportunidade.
Ate+ 


Foi desse jeito que ficou o Opala depois da reforma. 

Imagem: Acervo pessoal de Adolf Schartner.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

O INÍCIO

Ainda me lembro a primeira corrida que assisti. Foi em meados da década de 60. Eu tinha uns 9 ou 10 anos de idade. Num domingo ensolarado estava eu e uns colegas sentados num barranco na beira da Rodovia do Café (BR 376 que liga Curitiba ao norte do Paraná), na altura da Colônia Witmarsum, esperando ansiosos pelos carros de corrida que iriam passar em direção à Ponta Grossa. Como o tráfego para os veículos comuns era fechado, o silêncio imperava.
Mas de repente ouvia-se um barulho de carro chegando. Nunca vou esquecer aquele Simca azul Nº26 com o seu ronco do motor V8, rasgando o asfalto. E as outras Carreteras como DKW, Ford, Chevrolet etc foram passando com o barulho ensurdecedor dos motores.
Depois, eufóricos, fomos almoçar porque de tarde não queríamos perder o retorno daquelas máquinas.
Depois de algumas horas esperando, lá vieram eles, de novo liderado pelo Simca Nº 26.
Esse dia ficou marcado para mim. Desde então o automobilismo tomou conta de mim.
Mas como em 1968 terminou o ciclo das corridas da Rodovia do Café, fiquei muitos anos sem ver provas automobilísticas, até que um certo dia Eu soube que iria ter uma corrida em uma pista de terra em São José dos Pinhais. E lá fomos , eu minha esposa e um casal de amigos ver aquela corrida e torcer pelos pilotos palmerenses, William Sabatke, Wilson Sabatke e Joaquim Manssani, que competiam na categoria força livre.  Desde então, sempre que é possível vou nos autódromos para assistir esse maravilhoso espetáculo dessas também espetaculares máquinas com motor e quatro rodas.

Nas próximas postagens irei contar um pouco sobre a equipe que o meu amigo Horst Tiessen e eu montamos para competir na categoria Stock Car Opala em pista de terra.
T+

sábado, 4 de setembro de 2010

Primeira postagem

   Olá pessoal!
Bem vindos ao blog Come Poeira.
Esse blog terá como tema principal o automobilismo praticado em pistas de terra. Tentarei contar ao longo do tempo algumas histórias das quais eu participei e vi desde a década de 80, quando eu comecei a freqüentar os autódromos no Paraná e Santa Catarina.
Espero que gostem.